quarta-feira, 11 de maio de 2011
Evangelizar a partir de Cristo e no Espírito Santo
11/05/2011
Andréia Gripp
Evangelizar a partir de Cristo e na força do Espírito Santo. Este é o principal foco das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), que foram aprovadas pelos Bispos reunidos na 49ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida. A votação do texto final aconteceu no dia 9 de maio e o Documento obteve 271 votos, dos 274 votantes.
E com que espírito se fará essa evangelização? “Como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida (Jo 10,10), rumo ao Reino definitivo”, afirma o texto. O Documento tem cerca de 50 páginas e 130 parágrafos.
Para o Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, as novas diretrizes estão em continuidade com o trabalho pastoral da Igreja no Brasil, ao mesmo tempo em que trazem toda a novidade do Documento de Aparecida, atualizada para a realidade do Brasil.
— Segue a tradição da Conferência, porém atualiza as ações focando os problemas de hoje”, disse.
O Bispo Auxiliar do Rio Dom Paulo Cezar Costa, complementa:
— A partir de Aparecida, olhamos para a grande questão da evangelização hoje, do anúncio de Jesus Cristo e da presença da Igreja nos diversos setores do complexo mundo em que vivemos, seja no meio rural ou no urbano, lembrou.
Para ele, o texto apresenta uma visão esperançosa da realidade.
O Documento olha com esperança, incentiva e quer cada vez mais que a Igreja possa fazer um anúncio de qualidade, um anúncio que conduza de fato ao seguimento de Jesus Cristo e propicie a formação de um cristão missionário, que seja capaz de assumir sua missão no mundo, destacou.
Já o Bispo Auxiliar do Rio Dom Pedro Cunha Cruz aponta como importante na confecção e finalização das novas diretrizes a análise da mudança de época e a crise de identidade que o mundo hoje vive, que, conforme afirma o Documento de Aparecida, exige da Igreja uma conversão pastoral e o investimento na transmissão da fé.
— É necessário abandonar estruturas que não permitam mais a transmissão da fé e abraçar uma nova roupagem, para que a Igreja se apresente de maneira mais atraente à sociedade. Recomeçar a partir de Cristo e centrar a nossa ação missionária e pastoral no encontro pessoal com a pessoa de Jesus Cristo. A pessoa de Jesus Cristo deve ser sempre ponto de partida da nossa missão, pontuou.
Neste contexto, afirma o Bispo Auxiliar, o Documento da CNBB apresenta a necessidade de uma iniciação e/ou reiniciação da fé:
— Uma necessidade maior de contato com a Palavra de Deus e uma efetiva experiência da vida em comunidade, informou.
Dom Pedro lembrou que é neste sentido que se tem trabalhado a confecção do 11º Plano de Pastoral de Conjunto na Arquidiocese do Rio.
— Temos ainda muitas pessoas que se dizem católicas, mas têm pouco contato com a Palavra de Deus e pouca vivência comunitária. O nosso Plano de Pastoral já tem sublinhado bem esses aspectos, explicou.
Ele também lembrou que as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil apontam a missão e a evangelização como uma tarefa de todos: bispos, padres, consagrados e fiéis leigos.
— Não é possível mais conceber que todos os fiéis não sejam protagonistas da ação evangelizadora. Todos são convidados a assumir essa responsabilidade diante do mundo, esse desafio que a Igreja nos propõe. Por amor à Igreja de Cristo Jesus queremos nos colocar nessa opção, disse.
O bispo de Petrópolis, Dom Filippo Santoro, apontou como novidade no Documento da CNBB o aprofundamento da questão acerca da animação bíblica de toda pastoral, a partir da Exortação Apostólica Verbum Domini, do Papa Bento XVI.
— Retomando o documento do Papa, as diretrizes afirmam que a Palavra de Deus, que é uma pessoa, se comunica através da tradição e através das Sagradas Escrituras. (...) É um trabalho muito interessante, que responde aos maiores desafios do nosso tempo e apresenta uma mensagem cheia de esperança, opinou.
Veja, abaixo, o esquema geral do Documento aprovado pela 49ª Assembleia Geral: OBJETIVO GERAL
INTRODUÇÃO
I - PARTIR DE JESUS CRISTO
II - MARCAS DE NOSSO TEMPO
III - URGÊNCIAS NA AÇÃO EVANGELIZADORA
3.1. Igreja em estado permanente de missão
3.2. Igreja: casa da iniciação à vida cristã
3.3. Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral
3.4. Igreja: comunidade de comunidades
3.5. Igreja a serviço da vida plena para todos
IV - PERSPECTIVAS DE AÇÃO
4.1. Igreja em permanente estado de missão
4.2. Igreja: casa da iniciação à vida cristã
4.3. Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral
4.4. Igreja: comunidade de comunidades
4.5. Igreja a serviço da vida plena para todos
V - INDICAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO
5.1. O plano como fruto de um processo de planejamento
5.2. Passos metodológicos
CONCLUSÃO: COMPROMISSO DE UNIDADE NA MISSÃO
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