quarta-feira, 4 de maio de 2011

Festa da Misericórdia na Catedral no Rio de Janeiro





02/05/2011
Carlos Moioli

Na celebração eucarística de encerramento da festa da Divina Misericórdia, realizada às 16h30 da tarde do último domingo, 1º de maio, na Catedral Metropolitana de São Sebastião, o Arcebispo Dom Orani João Tempesta pediu para que os fiéis fossem, no cotidiano da vida, a exemplo do bem-aventurado João Paulo II, “sinais da misericórdia de Deus para com o próximo e na sociedade”.

- Neste mundo dividido, cheio de ódio, rancor, individualismo, repleto de situações que machucam e excluem as pessoas, somos convidados a ser sinais da misericórdia de Deus, anunciando que é possível o perdão, a reconciliação, a fraternidade. Como discípulos amados, pedimos ao Papa João Paulo II, que presenteou a Igreja com a festa da Divina Misericórdia, para que nos ajude com seu exemplo e sua intercessão junto de Deus, afirmou.

Nas palavras de acolhida, Dom Orani lembrou que o dia reunia várias celebrações e comemorações importantes, como a memória de São José Operário, o Dia do Trabalhador, o inicio do mês dedicado a Maria, o encerramento da Oitava da Páscoa, a beatificação de João Paulo II, os dois anos de seu ministério na Arquidiocese, e a festa da Divina Misericórdia.

Fez parte da programação da Festa da Divina Misericórdia, iniciada às 13 horas sob a organização da Comunidade Emanuel, a oração do Terço da Misericórdia, animada pelo deputado Márcio Pacheco, a projeção sobre a beatificação de João Paulo II, a adoração ao Santíssimo Sacramento e as palestras dos monges beneditinos Dom Cipriano Chagas e Dom Roberto Lopes.



Todos os momentos da festa da Divina Misericórdia, acompanhada com muita emoção por mais de quatro mil fieis, aconteceu em clima de oração, de meditação da Palavra de Deus e muito respeito e adoração a Jesus Sacramentado. No espaço do presbitério, foram expostos a imagem de Nossa Senhora de Fátima e os quadros de Jesus Misericordioso, Santa Faustina e do Beato João Paulo II.

— Foi uma consagração daquilo que João Paulo II fez, instituindo uma festa da Misericórdia, o que faltava na Igreja. A cada celebração, realizada a cada ano, sentimos a profundidade da iniciativa do Papa, como uma inspiração divina. Foi o desejo de Jesus, de ter a Sua misericórdia celebrada com devoção, carinho e empenho, para compreender o seu divino coração, afirmou, o fundador da Comunidade Emanuel, Dom Cipriano Chagas.

Recordando a beatificação de João Paulo II, como um acontecimento histórico na vida Igreja, o Arcebispo disse que “ele esteve entre nós”, pedindo mais “santos para o Brasil” e afirmando, de forma carinhosa, que “Deus era brasileiro e o Papa carioca”.

Vestindo uma casula que João Paulo II usou em 1997, quando celebrou na Catedral, por ocasião do Encontro Mundial das Famílias, pediu para que o novo beato, confirmado pela Igreja na presente data, cobrisse com sua benção todos os fiéis da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

— Hoje, temos a alegria de ver a confirmação da Igreja de alguém que já era a voz do povo: “Santo já”. Elevando centenas aos altares, um recorde na história da Igreja, agora também intercede por nós. Considerado o “Papa da misericórdia”, demonstrou que a santidade é o caminho natural de todo cristão. Foi beatificado não por ser papa, mas por sua correspondência ao Evangelho, pela coerência entre a fé e a vida, afirmou o Arcebispo.
— O Papa João Paulo II foi um raio de luz em minha vida. Além de ser um exemplo de quem se consagra ao Senhor, ele fortaleceu meu amor por Jesus, que é a razão de minha existência, afirmou Maria do Socorro Reis Miranda, da Ilha do Governador.

- Estou feliz por estar vivenciando a beatificação de alguém que esteve muito próximo de nós e também do nosso movimento, que ele viu nascer e acompanhar. Pela sua maneira especial de se comunicar, João Paulo II nos aproximou de Cristo, nosso salvador, passando a ser uma pessoa representativa para todos os católicos do mundo, afirmou Marcelo Sanches Ferreira, do Movimento de Vida Cristã (MVC).



Recordando vários aspectos da vida do novo beato, Dom Orani enfatizou sua preocupação com as necessidades da Igreja e do mundo inteiro, onde manteve diálogo com cristãos, não cristãos e com a cultura. Ciente de suas responsabilidades pelo cargo que ocupava, e preocupado com as realidades dos direitos e a dignidade da pessoa humana, trabalhou para que a paz, a justiça e a solidariedade pudessem prevalecer entre as nações.

A celebração contou com a presença de diversos presbíteros, entre eles, o reitor do Seminário São José, Padre Roque Costa Souza, o Cura da Catedral, Monsenhor Aroldo da Silva Ribeiro, e o vigário episcopal para a Caridade Social, Padre Manuel de Oliveira Manangão.

No ofertório, diversas categorias de trabalhadores e trabalhadoras apresentaram seus dons. No final, enquanto jovens apresentavam aos fiéis a Bandeira do Brasil, era feita a leitura de uma carta aberta aos trabalhadores e trabalhadores do Rio de Janeiro, lançada pelo Vicariato Episcopal para a Caridade Social. Dom Orani foi presenteado com um quadro de um trabalhador nas escadas do Cristo Redentor, registrado por um conceituado fotógrafo carioca.

- Como cristãos, somos chamados a ser luz no mundo e fermento na massa. Devemos empenhar nossa vida na construção do Reino de Deus e, portanto, de uma sociedade fraterna, onde não haja excluídos e sim um povo de irmãos, onde o homem recupere a dignidade de ser imagem e semelhança de Deus, afirmou Padre Manangão.

- A Pastoral do Trabalhador, em nossa Arquidiocese, há 35 anos vem promovendo a relação entre a fé e a vida, lutando na defesa dos direitos humanos. Nesse tempo, o mundo do trabalho mudou de forma radical, aumentado o espaço da informalidade. Agora, a luta não é mais só por aumento de salários ou por qualidade de trabalho, mas pela manutenção do emprego, esclareceu a secretária do Vicariato Episcopal para a Caridade Social, Tânia Maria Ramos Costa.
* Fonte: arquidiocese.org.br

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