quarta-feira, 11 de maio de 2011

“Vamos conduzir a CNBB segundo diretrizes pastorais”











11/05/2011
Andréia Gripp

Surpreso, com confiança em Deus e convicção de que a sua eleição foi uma manifestação dos desígnios do Senhor sobre a sua vida. Assim o Cardeal Arcebispo de Aparecida, Dom Raimundo Damasceno Assis afirmou ter recebido, no dia 9 de maio, os votos de 196 bispos que o tornaram o novo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil para o próximo quadriênio (2011-2015).

— Numa eleição na CNBB não existem candidatos. Ninguém se candidata a presidente. O que acontece é aceitarmos a responsabilidade que os bispos resolvem confiar a um de nós, explicou.

Humildade e simplicidade: formas por meio das quais o Cardeal afirmou que conduzirá a sua missão à frente da CNBB nos próximos quatro anos. Para ele, a maternidade de Nossa Senhora é a garantia de um bom exercício de sua função.

— Confio na graça de Deus e na proteção de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e de nossa Arquidiocese, frisou.

Confira a entrevista que Dom Damasceno concedeu à Arquidiocese do Rio

Comunicação: O senhor foi secretário-geral da CNBB por dois mandatos consecutivos (1995-1998; 1999-2003) e está terminando o seu mandato como presidente do Conselho Episcopal da América Latina e Caribe. Como recebeu o anúncio de mais uma eleição?

Dom Damasceno: Com uma certa surpresa, mas com naturalidade, porque Deus manifesta de diversas maneiras a Sua vontade para cada um de nós. E fez isso nesta eleição, através dos meus irmãos de episcopado. Deus está me pedindo, agora, esse serviço: servir à Igreja do Brasil através da presidência da CNBB. Confio na colaboração de todos os bispos, para que eu possa, então, realizar a contento e com muito proveito para a Igreja no Brasil essa missão, que não é exclusivamente minha. É, na verdade, uma missão e uma responsabilidade de todo o episcopado e também daqueles que serão eleitos para os outros cargos de presidência de comissões pastorais.

Comunicação: Qual o espírito que animará a nova presidência?

Dom Damasceno: Sem dúvida será o espírito que anima todas as diretrizes da ação evangelizadora da Igreja no Brasil: o espírito missionário, a missão. Vamos conduzir a CNBB segundo as diretrizes pastorais. A Igreja é enviada por Jesus Cristo a levar o Evangelho a todas as pessoas, faz parte da essência da natureza da Igreja ser missionária, ser testemunha do Evangelho no mundo de hoje, seja pela Palavra, pelo anúncio, pela pregação, ou, sobretudo, pelo testemunho de vida coerente com aquilo que anuncia e prega, que é o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Comunicação: Quem será convocado para essa missão?

Dom Damasceno: Para essa missão evangelizadora todos estão convocados. Todos têm direitos e deveres em participar dessa missão, em virtude dos sacramentos do Batismo e do Crisma, que nos tornam membros da Igreja e ungidos pelo Espírito Santo. E o Espírito Santo nos impulsiona a sermos testemunhas do Evangelho no mundo de hoje, como cristãos, como católicos.

Comunicação: Como será o relacionamento com o governo e a sociedade?

Dom Damasceno: A CNBB é aberta ao diálogo com todas as instâncias da sociedade e está sempre disposta a colaborar com o governo, com as autoridades públicas, em tudo o que diz respeito ao bem do povo.

A nova presidência da CNBB

No dia seguinte à eleição de Dom Damasceno, 10 de maio, foram eleitos o vice-presidente da Conferência, Dom José Belisário da Silva, Arcebispo de São Luiz (MA), com 215 votos, e o secretário-geral da entidade, Dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo da Prelazia de São Felix (MT), com 201 votos.

Havia um desejo dos bispos reunidos na 49ª Assembleia Geral em reeleger Dom Geraldo Lyrio Rocha como presidente, mas ele usou a tribuna da plenária da AG para anunciar que não aceitaria uma eventual reeleição.

— O estatuto da CNBB estabelece que ‘é permitida uma única vez a reeleição para exercer o mesmo cargo no quadriênio imediatamente seguinte’ (Art. 26) e que ‘a permanência na Presidência só é permitida por dois mandatos consecutivos’ (Art. 43 § 3º). Baseados nisso, alguns irmãos bispos manifestaram-me o desejo de me reelegerem para o segundo mandato. Entretanto, peço permissão aos irmãos para dizer-lhes que eu não aceitaria uma eventual reeleição para o cargo de Presidente da CNBB. Julgo que dei minha modesta colaboração à Igreja no Brasil, dividindo, nos últimos quatro anos, com Dom Luiz Soares Vieira e Dom Dimas Lara Barbosa as pesadas responsabilidades que recaem sobre a Presidência da CNBB. Agradeço a compreensão de todos, afirmou Dom Lyrio em seu pronunciamento.
Fonte: www.arquidiocese.org.br

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